Começo a escrever e um turbilhão de coisas vem a minha
mente. E agora o que escrevo? Política, amor, escuro, vaidade, eternidades da
semana, saudades...
Me perco e já não sei se estou no presente ou no passado. No
futuro talvez?! Quem sabe escrever seja isso: passear na corda bamba do tempo,
ir a frente e voltar atrás sem nem mesmo sair da hora em que se escreve.
Quando penso em liberdade me vem logo a falta dela e penso
num passado que não vivi, nos tempos em que palavras eram armas, bomba,
instrumento que amedrontavam os que liam e matavam os que escreviam. Se penso
em luz me remeto ao futuro de uma humanidade que vê na luz o seu maior algoz.
E o presente onde ficou? Sinceramente, nem sei mais se ele
existe, a eterna mudança de Heráclito se perpetua em cada segundo que vivemos,
não há presente sem festa, balão, bolo e refrigerante.
Que é a vida se não uma festa cheia de convidados, alguns
impertinentes e mal educados, outros sem graça e alguns cheios de graça? O que
é escrever se não fotografar em palavras cada um desses momentos passados que
só veremos no futuro, mas que tememos não receber como presente?
Débora Paula
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