Lá vem o bonde descendo, mais uma vez com seus rostos montados e suas soluções mágicas.
Promessas compradas, inventadas que surgem e somem e surgem de novo num ciclo que se renova de dois em dois.
Ele, o bonde, desce rápido, cada vez mais rápido em nossa direção, nos aponta velhas novidades, nos engana com músicas que já conhecemos.
Ninguém quer ver, ninguém enxerga, o bonde passa, as vezes para, mas deixa sempre sujeira, papeis e promessas jogadas aos montes, com o mesmos sorrisos montados.
Daqui a pouco ele vai embora levando com ele nossas esperanças e os sorrisos montados, ao nos darem as costas viram gargalhadas infinitas, enquanto nossas lagrimas caem sentindo a dor da ausência que o bonde faz.
E o que sobra pra nós, uma rua pra limpar, uma morte pra chorar, uma dor para sentir e uma escola onde não se pode estudar...
